misto quente & lava jato
descalço ponteiros
no acostamento
guardanapos
desdobram meu câncer
descasco fraldas
no pote de cuspir
medúlas
ninguém
pediu a conta
muito menos
um pires voador
desmamo
umbíguos na órbita
de vitrines trincadas
mastiguem bem
os nervos e o couro
com os dentes dóceis
desovo arrotos
nos pratos de pano
nos panos do chão
o senhor prefere
pagar com o tronco
ou com o porão?
descarno papilas
lambendo os calcanhares
de um escudo lascado
decapitem meus pés
estou pronto para salgar
o que restar do apêndice
de um orvalho peçonhento
destripo meus cascos
álcool em gel
spray de pimenta
salivei garfos cegos
e sobrevivi para
a peleja das colheres
destrincho meus olhos
coração
mal
passado
amar a pedra na mesma medida que o deserto ama a montanha
até minha sombra parir
outro sacrifício
para as moscas
que ocupam
a sala de jantar
derreto meu fígado
quem não frita
está frito
até vender minha alma unigênita para espantar as moscas ocupadas da sala de jantar
desosso meu léxico:
em terra de gume
quem tem cego é são!
ray cruz
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